Partimos dos sonhos conjuntos por disputar o país nas ruas, com os movimentos sociais, organizados por um Partido com vitalidade militante, contra os anseios neoliberais de pontuar o fim da história. Destes sonhos, a proximidade forjada no aprendizado cotidiano das lutas. Desta proximidade, uma unidade construída pelos caminhos optados e não pelos caminhos prontos.
O início do Governo do nosso Presidente Lula nos colocou dilemas contraditórios enormes. Como resposta a estes dilemas, diversas posições se colocaram no Partido e também entre a Juventude. A primeira delas procurava negar a disputa ideológica da qual resultava a hegemonia interna no Governo. Estes companheiros avaliavam que os movimentos sociais que colocavam sua força popular a disposição de nosso governo para fazer avançar as mudanças no país eram inimigos do nosso projeto. Equivocadamente, achavam que nossa chegada ao governo era a chegada ao poder do país. Ludibriaram-se com os afagos das elites, como se não fosse necessário acumular forças para as disputas futuras contra os interesses dos "donos do poder". Estes preocupavam-se em disputar o títulode maiores defensores do Governo.
A outra resposta se colocou numa crítica a partir de fora do Governo, numa postura de oposição permanente e sistemática a todas as ações do Governo, alinhando-se automaticamente às críticas de PSOL e PSTU, tantas vezes utilizadas pelos holofotes da grande mídia. Estes preocupavam-se em disputar a referência de esquerda. No exercício livre (mas muito distante da realidade) de afirmação vanguardista.
Nós, diferentemente, apostamos na disputa social, política e ideológica em todos os espaços possíveis. Inclusive no interior do nosso próprio governo. Sabemos que a superação do neoliberalismo não se dará tão somente por governos (que são importantes, e sobre os quais nos dispusemos, pelo bem do povo, a construí-lo através dele, também, um caminho de transformação). Contudo será também na luta do povo, na mobilização social, na disputa de hegemonia que construiremos o socialismo. Não cometeremos o equívoco de ignorar a importância que o Governo Central de um país tem nesse processo. Mas também sabemos que o Governo Federal não é feito apenas das vontades de um homem - vivemos numa República, mas sim de uma complexa conjuntura resultante de interesses, ainda pouco permeada pelas demandas e pela participação popular.
Por isso, desde o início desse novo momento, não titubeamos em defender o Governo do Presidente Lula. Mas não o fizemos acriticamente. Sabemos vislumbrar a correlação de forças para nela compreender os limites, para também fazer estes limites avançarem.
É por isso que temos insistido que a nós, Partido, cabe travar a disputa política. A nós, movimento, cabe pressionar e impulsionar as mudanças. A nós, militantes, cabe permanecer na luta social com toda a intensidade que um governo respeitador das lutas populares permite ao avanço da luta de classes e da redução de suas diferenças e conseqüentes injustiças. Representamos tanto a defesa do Governo, quanto um posicionamento firme de sua disputa pela esquerda.
Há 10 meses, teve início a mais grave crise que nosso Partido já atravessou. A crise, tão anunciada, pegou o Partido desmobilizado, burocratizado e distante das lutas populares.
Mas também as leituras da crise não são as mesmas. Infelizmente, alguns ainda preferem escamotear responsabilidades, misturando as duas faces da crise: a crise real (de valores, práticas e horizonte ideológico) e a crise imposta pela direita.
Como resposta a isso, afirmamos convictos: devemos rumar para a reafirmação do socialismo como nosso objetivo estratégico, como o elemento motivador da nossa militância e do PT. Não como figura retórica, mas como exercício prático - principalmente no exercício do poder. Para nós, o PT é dirigente, é de massas, é socialista. Para nós, a luta de classes é real e dela não podemos fugir. Para nós é na prática que se demonstram as verdades.
Somos jovens e optamos por dedicar os melhores anos de nossa vida à militância política, aos movimentos sociais, ao PT. E pela seriedade de nossa opção, pela certeza de que o PT é o instrumento estratégico da classe trabalhadora, não ficaremos na inércia diante da crise partidária, diante da força do capitalismo.
É por isso que nesse 13º Encontro Nacional do PT, ousamos oficializar o que é fato: existem diferenças profundas entres setores de nosso campo e elas precisam ser reconhecidas para que o debate se dê com transparência e seja útil à formulação plural do PT.
Queremos construir de maneira clara quais são nossos limites éticos, nossos caminhos ideológicos e o ritmo do passo de nossa intervenção na sociedade.
Queremos, nesse momento tão importante para o futuro da luta social no Brasil, informar ao conjunto do Partido a construção de um novo campo político de juventude que é uma ação afirmativa no sentido depressionar a necessária reorganização do PT e de consolidar nossa organização para as lutas que devemos enfrentar.
Somamos-nos ao esforço da Executiva Nacional em buscar a unidade partidária neste momento tão agudo de luta política no país. Colocamos toda nossa energia militante à disposição do projeto central deste momento político: reeleger o Presidente Lula!
Porém, é fundamental que este esforço efetivamente seja coletivo e solidário e que velhas práticas descabidas não continuem a partir de uns poucos dirigentes nacionais que, ao invés de efetivamente se preocuparem com esta pauta de unidade, parecem continuar a se debruçar apenas sobre os interesses de seus grupos políticos. E também sobre isto, pedimos apoio da Executiva Nacional.
Acreditamos que a juventude é estratégica para efetivação do projeto socialista, de transformação da sociedade. Não por sermos jovens, mas porque temos certeza que a transformação da sociedade, a alteração da cultura, o avanço da maturidade política de forma consolidada não são tarefas para, apenas, uma ou duas gerações de militantes.
As tendências são fundamentais para o partido, e devem se mostrar como um instrumento devalorização da democracia interna, não podendo seus membros caírem na armadilha de transformar nossa virtude em ponto de fragilidade, valorizando mais a construção das correntes do que a construção partidária. Estamos convictos que a juventude deve ter outra lógica, desprendida dessa disputa que não fortalece o PT, sem ousadia e sem inovação.
Por estarmos convencidos disso, estamos expondo um campo político plural de juventude que nos garante militância orgânica nas tendências que hoje estamos, mas que na juventude do PT, imprimirá uma nova lógica de debates, disputas, construção e intervenção na sociedade.
Nós estamos em MOVIMENTO. Mais do que bradar verdades absolutas, queremos nos constituir naAÇÃO militante. Apesar das diferenças, temos uma IDENTIDADE comum. E o nosso norte é o SOCIALISMO. Por isso, somos o "MAIS" e nos apresentamos ao PT como lutadores por MAISdemocracia, MAIS socialismo, MAIS PT e a oportunidade de avançarmos MAIS nosso projeto comMAIS quatro anos de governo do Presidente Lula!
Viva a juventude! Viva o PT! Viva a revolução democrática Latino-Americana! Viva a classe trabalhadora!
LULA OUTRA VEZ!!!
SEM MEDO DE SER FELIZ!!!